said...Cabe aqui acrescentar que “tempo de permanência na escola” não é sinónimo de horas de trabalho.O professor é dos poucos profissionais que trabalha sem horário. Quero com isto dizer, que não trabalhamos à hora, nem à semana, nem à tarefa, nem a coisa alguma. Trabalhamos enquanto há trabalho para fazer, quer demore três horas, quer trinta ou cinquenta. O local onde é executado, pode variar entre a sala de aula, a sala dos professores ( inexistente em muitos edifícios), a Biblioteca Municipal, os arquivos da Câmara e a sua residência isto sem esquecer os mais variados locais onde se efectuam formações às quais o professor adere voluntariamente.. Horas esquecidas à secretária, a corrigir. Horas infinitas no computador a pesquisar, a documentar, a consultar, a actualizar, a programar…Não é vulgar o público em geral questionar as horas laborais de diferentes funcionários em diferentes repartições. Assim por exemplo, os bancários têm um horário de atendimento ao público não coincidente com o horário de permanência no edifício. Há um tempo de atendimento aos clientes e outro tempo de trabalho à “porta fechada”O mesmo acontece na EDP, em variadas secretarias, nas Finanças e em muitos outros locais.. Mas esses, o público entende, aceita ou resmunga, mas não os rotula de preguiçosos ou de “incumpridores” de horários.Um cozinhado, poderá ser absorvido em meia hora ou até em menos tempo, mas ninguém ignora as horas dispensadas na sua concepção e confecção. Começando pelos serviços dos lavradores e criadores de gado até terminar nas horinhas de permanência, numa qualquer cozinha, onde um dedicado cozinheiro/a se esmera dando o seu melhor em qualidade, beleza e sabedoria.Um artista de circo, um qualquer atleta, exibe-se apenas durante alguns minutos de actuação, No entanto esses minutos não são sinónimos do tempo de trabalho efectuado na sua preparação.Se esta prática não é questionada noutras profissões, porque terá de ser com os profissionais do Ensino???Não consigo defenir um horário para ser Professora / Educadora.Infelizmente, a minha profissão não me larga!
a voz da experiência na primeira pessoa...arruma qualquer doutorada Lurdes!!!